As fases da Alquimia e a Grande Obra.

Quando cada alma encontra seu corpo, sua genealogia, sua morada, inicia-se a possibilidade de uma grande transformação, uma elevada renovação que os Alquimistas chamavam de Grande Obra.

Desta Grande Obra resulta um Reencontro, um reequilíbrio que se foi perdendo e nos faz padecer de diversas formas.

A transformação da Matéria Prima em Pedra Filosofal constitui a Grande Obra. Esta transformação traduz um processo evolutivo que leva o Homem a fixar na matéria os aspetos mais elevados do Ser. 

A Pedra Filosofal é resultado dessa empresa, de fixar na matéria (pedra) a qualidade do Espírito (filosofia).

A Grande Obra é, na verdade, um processo alquímico do qual surge a Pedra Filosofal que, por sua vez, é resultado do encontro de duas energias fundamentais: O Fogo Secreto e a Matéria Prima. O ponto central que surge nos encontro destas duas energias fundamentais é a Pedra Filosofal.

Cada um deles é constituído por 3 matrizes.

Na abordagem desenvolvida à Luz da Nova Alquimia, o Fogo Secreto, matriz feminina, é constituído por Sophia, Eva e Lilith. A Matéria Prima, matriz masculina, originalmente constituída pela Trindade alquímica de Paracelso, os Princípios Enxofre, mercúrio e sal é convertida em três Arquétipos masculinos, a saber: o Instrutor, Gabriel, O Profeta, David e O Maçon,, Pedro.

Assim, consideramos os 6, 3 masculinos, 3 femininos, como arquétipos Primordiais.

Em síntese, a Grande Obra resulta de um cruzamento perfeito destas 3 Matrizes com os três Princípios que constituem a matéria Prima. É na verdade, trazer o Divino à Matéria, mantendo a qualidade do Mesmo.

Hoje, vou deter-me mais no processo em si, e nas suas fases: as três obras. em outra ocasião falarei sobre as Matrizes acima enunciadas.

 

As três fases da Grande Obra

 

A 1ª obra é a Obra a Negro

 

É o estágio da vivência, o laboratório que é a vida, e que nos conduz a uma crise onde surge um veneno violento. Avançamos quando conseguimos reconhecer a beleza da nossa encarnação apesar do sofrimento. É aqui que lidamos com a nossa genealogia, nossa ancestralidade, nosso carma, se quisermos usar o termo. Esta obra marca o confronto do Eu e dos Outros. 

É a fase em que vivemos contrariedades, sem as compreender, sem as aceitar como oportunidades de aprendizagem. Nossa psique vive mergulhada nas trevas da ignorância relativamente a quem efetivamente somos. A acidez do veneno provocado por essas crises existenciais corrói nossa Alma, enquanto não é encontrada a base que se constrói na aceitação e entendimento, que sustentarão o reequilíbrio perdido.

Tudo é vivido no corpo da vida, nas águas do sentir sem saber.

 

A 2ª obra é a Obra a Branco

 

Aqui começamos a pôr alguma ordem na nossa psique. Colocamos atenção na nossa genealogia, nos nossos ancestrais, e tentamos compreender quem somos. O foco passa a ser o Eu. Eu e a minha psique. Eu e as minhas novas escolhas para além das heranças. É uma fase que se pode traduzir naquilo que se conhece como processo de individuação. Começamos a tentar colocar ordem nos conteúdos inconscientes, revisitando eventos, traumas, racionalizando para além do pântano cognitivo gerado na instabilidade das emoções. A cognição toma aqui a dianteira,  a tentativa de trazer consciência àquilo que constitui nosso universo inconsciente.

O domínio é da Mente que incessantemente procura, através da cognição dos fatos, dominar o caos para a ordem possível. A luz sobre as trevas.

Tudo é vivido numa perspetiva do saber por que se sente.

 

A 3 ª Obra é a Obra a Vermelho

 

Aqui começa a acender o Fogo alquímico.

Enquanto separados, o aspeto trevas e luz fazem estragos, mantêm o espaço-tempo. Perpetuam-se os padrões. Quando eles se reúnem na 3ª obra, aí temos o aspeto Crístico.

Fazer o oposto de um padrão específico é manter esse padrão. Apenas muda a polaridade, mas o padrão é o mesmo.


Cristo veste branco, logo investiu no aspeto luz, luciferino no momento das 3 tentações.

Nas 3 tentações o ser Oral, ou seja, o aspeto luciferino tenta impedir o cristo de encarnar: “os Anjos vão servir-te; Fica em cima do templo; Eleva-te”

Por 3 vezes Cristo recusa esta proposta. Diz: “Eu encarno-Me”.

Segundo a tradição gnóstica, ao contrário de outros Mestres que nunca encarnaram, criando uma estrutura psíquica impossível de igualar, Cristo escolhe encarnar. Aqueles Mestres que não encarnam, mantendo-se na luz, são sempre superiores a nós. Pertencem ao além, e o além é isso mesmo, sempre mais além.

Cristo escolhe fazer-se Homem.


A 3ª obra refere-se assim ao ancoramento da subtileza do Eu Sou num corpo de carne.

Aqui reúnem-se a biologia, a genealogia e a psique. Trata-se de um encontro entre os conteúdos que configuram a substância do ser, formatada pelas experiências existenciais decorrentes da condição de ser encarnado, com os conteúdos da Mente, que pelo soberano uso da Liberdade inerente a cada Espírito deste Universo, escolhe elevar-se, renovar-se, transformar-se em um Ser mais completo, mais experiente, mais sábio e fundamentalmente mais Vivo!

Aqui o sentir e o saber encontram-se, têm um caso de amor, e desse ato de amor nasce este Novo Ser!


Estas etapas são levadas em conta no trabalho desenvolvido na Terapia Alquímica.

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