Personalidades do passado e a essência de cada ser

Sobre os aspetos negativos já tenho falado diversas vezes, nomeadamente no
âmbito do trabalho desenvolvido em Apometria. Não é sobre estes que quero falar
hoje.
Sobre estas, apenas direi que são mais barulhentas, irrequietas e
desestabilizadoras, logo chamam naturalmente mais à atenção, se não por mais,
pelos efeitos que trazem concretos à nossa vida de todos os dias.
Os aspetos positivos serão claramente opostos, e mais construtivos no sentido
dos efeitos gerados. Poderão traduzir-se em qualidades.
Todavia hoje, quero deter-me em as outras personalidades: aquelas que
transcendem as anteriores, aquelas que reúnem e definem verdadeiramente quem
somos.
Quem são elas?
Essas bem mais discretas, misteriosas e... tantas vezes, adormecidas.
No longo percurso da Alma, estas personalidades são um condensado de valências,
que fazem de cada Ser, o que ele É.
Para chegar próximo é preciso saber responder à pergunta: Quem és tu?
Que traço te distingue no universo infinito?
Que brilho peculiar é esse teu?... só teu... pequena estrela.
Sabes a resposta?
Pois se não sabes, nunca deixes de procurar, pois só à tua Consciência desperta
ela se fará presente um dia.
No fractal infinito que é cada alma, o nascimento de uma criança revela-nos parte
desse processo, se soubermos reconhecer que existe em cada ser algo que é só
seu, que não é herança, que não é aprendizagem, que não é nem desvio nem linha
em frente.
É mais fácil de ver nos olhos dos bebés. Há ali algo que não é o nome que
recebeu, não é a família, não é o passado, nem o futuro. Apenas É. É seu.
Há personalidades do passado ou do futuro que se aproximaram mais deste centro
que é a essência de cada um.
E essa essência, sendo resposta à pergunta “quem és tu? Pode traduzir-se,
embora de forma muito rudimentar pelas limitações da nossa ainda primitiva
linguagem, em três personalidades universais.
Entenda-se como universais aquilo que transcende o tempo e o espaço.
Sendo a resposta à pergunta, obviamente, diferente para cada pessoa, reafirmo
que há algo nela que é universal, igual para todos. E sobre isso posso
falar-te.
Posso falar-te sobre a sua forma. O conteúdo é contigo!
A sua forma é igual para todos. A sua forma é Trina.
Composta por três substantivos precedidos da expressão EU SOU.
Enquanto estes três não estiverem claros e luzidios na tua consciência faltará
integrar uma parte de ti.
Cada substantivo corresponde a uma personalidade universal. Uma terça parte do
Todo que és.
É verdade que elas poderão lutar entre si. Haverá uma, aparentemente mais
forte, que prevalecerá por longos períodos, mais ordenada e evidente. Esta pode
te levar a querer elevar-te acima das vicissitudes terrenas e provar o sabor
leve e fresco da sublimação. Elevarás teus olhos na ânsia de receber as bênçãos
do Pai.
Outra, menos arrumada, poderá levar-te a amar esta Terra com todas as tuas
vísceras, fustigadas de sangue, suor e lágrimas, legitimando esta encarnação e
todas as antes vividas. Far-te-á sentir, no Corpo Inteiro, que apesar de tudo,
vale a pena, pois não há mal que dure para sempre, não há ferida que não sare e
não abismo que não tenha um fundo. Far-te-á deixar de querer fugir para o Alto,
pois reconhecerás as bênçãos sagradas do colo da Mãe.
Outra será sempre mais observadora dos combates das outras duas. Esta será
paciente e irá saber esperar que a paz se instala pela reconciliação dos polos
e pela alquimia do Retorno à Sabedoria Original.
Mas só as três juntas definem verdadeiramente a tua essência!
Aquilo que te faz ser reconhecida/o em qualquer canto do universo, em qualquer
lugar e tempo. Ou seja: aquilo que define quem tu és! O teu traço distintivo.
O condensado de ti! Todo/a tu reunido/a em três palavrinhas apenas.
Encontra as tuas!
Não percas tempo a puxar pela cabeça, a tentar resgatar memórias ou a deixar
que te introduzam imagens... tudo ilusão!
É, foi ou será um reconhecimento feito na altura certa. A única coisa que podes
fazer, para além de viver a vida, é procurar ter consciência de ti por inteiro,
é teres essa demanda plantada no centro de ti mesmo.
Essa vontade de seres por inteiro!
Tu que és Corpo, Tu que és Coração, Tu que és Mente.
Mónica Guimarães
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