O processo da Nova Alquimia

O Espírito procura a matéria como a semente procura terra. 
Há uma qualidade desejada na expressão material. 
Ultrapassando o conforto de uma existência asséptica, o Espírito escolhe, por vezes, uma suja e dorida forma de Ser, mas que manifesta inequivocamente a sua assi­natura singular. Esta escolha leva o Espírito a empreender uma via­gem maravilhosa, através da qual se vão revelando expressões de si, que contidas na redoma da luz, se mantinham na obscuridade em sua consciência. 
Esta viagem tem contudo, apesar da infinita multi­plicidade de caminhos, um ponto de partida comum. A esse ponto chamaremos Fonte.
Da Fonte tudo nasce, tudo se expande, tudo se reproduz. A matriz original da Fonte, será assim, a Matriz original de cada ser em exis­tência. Esta matriz é sagrada na medida em que é Perfeita em Amor, perfeita em equilíbrio. 
Há sempre benefício na sua atuação. 
Ela é o Ofício do Bem. Suas forças luminosas e trevosas, construtoras e destruidoras, de contração e de expansão são, no seu lugar, sagradas como é a natureza do seu Criador. 
Quando estas forças atuam fora do seu lugar, à revelia do equilíbrio sagrado da Fonte, entramos no cam­po da profanação, o domínio do mal. 
Há assim Luz sagrada, Trevas Sagradas, e há a luz que cega e a trevas que cegam igualmente. Estas últimas perderam a ligação à sua origem benevolente.
Todo ser, como filho do Criador, como emanação da Fonte traz con­sigo esta Matriz e faz o seu caminho no sentido da aproximação do Centro da Fonte, gerindo em si as forças, por forma a mantê-las em seu lugar, na sua justa medida Sagrada, ou, por outra, afastando-se deste centro equil
ibrador, oscilando entre a aniquilação em si das for­ças primordiais ou a inflamação das mesmas. 
Independentemente do sentido do seu desvio terá já entrado nos domínios do mal, e o resul­tado será visível no escuro dos seus dias, e no ardor das suas feridas.
O processo alquímico proposto neste trabalho traduz-se numa mu­dança gradual e progressiva ao nível da consciência que permite um redireccionamento ou aprimoramento do caminho da alma no sen­tido da sintonia com a sua matriz original, culminando na reescrita do guião da sua vida. 
Paralelamente, o processo alquímico acontece na substância do ser, no corpo, na sua vida concreta e na sua realidade. 
Outra vida nasce, numa oitava superior. 
A pedra calcificada purifica-se assim em ouro, e nasce a Pedra Filosofal.

in Manual de Terapia Alquímica, Mónica Guimarães

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