O Mistério Iniciático da Dualidade

Voltamos assunto dualidade. Sim. 
O planeta Saturno ingressa no signo de Peixes no início de março desde ano, onde irá permanecer por cerca de 3 anos. Então o assunto está longe de estar esgotado, pois o efeito da passagem "Grande Senhor dos Anéis" neste signo dual, já se faz sentir a nível global e individual.

Peixes é um dos 3 signos do zodíaco que se refere à dualidade, e especialmente em Peixes, esta adquire um valor transcendente para além de iniciático.

No texto: "Dualidade" postado neste blog, refiro-me às consequências nefastas da manutenção de uma dualidade em nossa vida, esclarecendo que o problema não é a dualidade em si, mas o facto de querer prolongá-la em situações inconciliáveis. Na verdade, somos diariamente confrontados com dualidades e isso faz parte deste processo de estar vivo, neste planeta!

A dualidade é uma forma de diversidade e é absolutamente necessária à nossa evolução se compreendermos o Mistério que ela contém.

Não há conhecimento do sorriso sem conhecimento do choro, assim como não há dia sem noite, nem vida sem morte. A questão é que temos tendência, ou a querer manter situações inconciliáveis, gerando com isso dualidades impossíveis de unificar, como referi no texto anterior, ou queremos só ver só um lado da questão, gerando bloqueios que nos impedem de compreender o valor que há na aceitação dos dois lados da realidade.

Quando a tristeza vem, se a aceitarmos com a mesma naturalidade com que aceitamos a alegria, poderemos compreender, em primeiro lugar, que uma dá valor à outra e, em segundo lugar, que ambas são um meio para chegar ao mesmo fim: a consciência da Unidade que advém da experiência vivida nas suas duas faces.

Todos os 3 signos duais, Gêmeos, Balança e Peixes, só o são como um meio para conduzir a uma unidade. 

Em Gêmeos somos convidados a confrontarmo-nos com a diversidade de opiniões, de ideias, de realidades, diversas formas de pensar, para, a partir daí, fazermos escolhas, definirmos caminhos, otimizar nossa forma de pensar trazendo-lhe um valor singular, saindo assim da dualidade, compreendendo-a como meio para chegar à unidade. Por exemplo, podemos ouvir, analisar, aceitar muitas opiniões e considerá-las, mas haverá um tempo em teremos de ter a nossa própria, fruto e fusão de tudo o que foi assimilado.

Em Balança, confrontamo-nos com a dualidade que é o relacionamento, para que através do espelho que o outro é de nós mesmos, possamos descobrir mais da Unidade que somos! Essa é a grande função dos relacionamentos: encontrarmo-nos, descobrimo-nos no outro. Do dois para o um.

Por sua vez, Peixes é uma dualidade que aponta para a Unidade transcendente. Através de Peixes somos iniciados à grande dualidade Céu e Terra, propondo-nos a construção de uma via axial entre ambos, atingindo assim a Unidade transcendente do paradigma conhecido como "Paraíso na Terra". 

O convite de Peixes vai no sentido de sentir o que há entre uma coisa e outra, entre o visível e o invisível, entre a realidade e o sonho, entre a vigília e o estado onírico, entre a matéria e o espírito. Convida-nos a trilhar o Caminho do Meio, que resulta do equilíbrio, da medida certa de cada uma das referidas polaridades. 

Então, há este Mistério iniciático nas dualidades pelas quais vamos oscilando, se aceitarmos que reconciliados ou reunidos os dois caminhos, um terceiro nasce, sempre mais completo, mais sábio, mais inteiro!

Esta reconciliação dos polos, esta fusão é o caminho iniciático proposto por todas as dualidades com que nos confrontamos todos os dias. Saibamos aceitá-las, reconhecê-las e unificá-las, diluindo-as como água e sal.

Já que, mesmo para os mais desatentos, pois não é de sua natureza ser subtil, Saturno irá revelar uma, a uma, todas as nossas dualidades resistentes!

já está a acontecer!

Mónica Guimarães


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