A 13ª Porta e o acesso ao Corpo de Luz

Por um momento, imagina que vens ao mundo com possibilidades e potencialidades infinitas.

Imagina que és do tamanho de todos os sonhos e de todas as ambições.

No entanto, no momento em que te fazes presente, ainda no ventre da tua mãe, começam os condicionalismos, as restrições, a necessária adaptabilidade.

Vestes-te de inibições e a tua grandeza é agora forçada a apequenar-se.

De livre e consciente, és agora contraído, teu entendimento é limitado. Tens de caber apertado numa camisa justa demais. Tudo parece oprimir o teu real tamanho.

E isso tudo que te oprime é um pouco como o ar que oprime o peixe fora da água, vem de toda lado. Mata-te aos poucos, se não souberes adaptar-te.

Essas forças exercem em ti opressões, oposições, restrições, outras acrescentam, fazem-te mexer, impulsionam-te, insuflam-te, outras fazem-te parar, aterram-te, pedem para ficares quieto, outras ainda, elevam-te, recordam-te de onde vens... Enfim, és sacudido de tal forma que mais parece teres entrado numa centrifugadora.

Estas forças atuam em camadas. Há aquelas, bem próximas de ti, tão próximas que podem tocar-te, as vezes mais do que gostarias, outras vezes menos do que gostarias. São pessoas, relações, circunstâncias, grupos, família, instituições, etc... tudo estruturas periféricas relativamente ao teu centro. No entanto, todas exercem alguma pressão em ti. Pois és parte do Grande Sistema e de outros pequenos também e ao mesmo tempo.

Por outra, há aquelas forças bem distantes, tão distantes que podem escapar à tua atenção.  Podes só perceber a sua influência pela constatação flagrante dos seus efeitos na realidade de teus dias. A não ser que pares um pouco para olhar para o Alto, para o céu e para as estrelas, o mais provável será não relacionares a causa ao efeito. Ainda assim, haverá sempre noites escuras para te instigar a olhar para a suas luzes.

Estas luzes, cheias de força, lá distantes, de noite ou de dia, estiveram vigilantes no momento em que nasceste.

Estas 12 grandes estruturas celestes condicionaram-te, pincelaram o desenho da tua face, o teu retrato, seguindo com rigor saturnino a cadência das 12 badaladas do grande relógio cósmico, que insiste em manter tudo na Ordem.

Ah! mas foi querer supremo que houvesse em ti Irreverência!

e neste inconformismo recordas que tens por dentro mais do que pode caber entre um ponteiro e outro. Recordas que há outro Tempo e outras Formas e aí, ousas pensar naquilo que efetivamente te define.

Então fazes o tempo parar e tomas consciência de ti nesta Arena com 12 portas circundantes, essas mesmas que pareciam fechar-se sobre ti, definindo teu caminho. Compreendes que são trilhos a percorrer para fazer escolhas, para acrescentar experiência, sabedoria… e nessa viagem, vai escrevendo a tua narrativa.

Quando aprendes a linguagem das esferas celestes, e retiras as aprendizagens dos caminhos percorridos, colocas-te numa posição de vantagem por haver menos Mistérios ocultos. Todo o teu desempenho muda, pois desta feita, teus olhos abrem-se e veem o que cada porta te propõe.

Tudo tem uma finalidade neste universo, um propósito. A folha não cai da árvore porque está cansada de viver, assim como a borboleta não bate as asas para exibir suas cores.

Esse é o ponto em que entendes que há uma razão para o facto de te encontrares aí, onde estás, no centro da Arena da vida.

Aqui a singularidade é absoluta. As infinitas combinações que formatam uma Arena em particular são irrepetíveis, fazem-nas todas únicas. A tua é a tua e define-te como um ser absolutamente Singular.

O conhecimento da narrativa e o saber descodificar a Grande Linguagem são a chave para transcendência dos condicionalismos impressos no nascimento e ao longo da vida pelas estruturas periféricas.

Cumpridos esses 12 trabalhos, és conduzido para fora dessa Arena que vive de repetições.

Abre-se a 13ª Porta e respiras de novo, como se fosse a primeira vez.

Expandes e contrais harmoniosamente ao ritmo do teu pulsar.



Eletrizas e magnetizas na mesma medida.

Adquires a lucidez de saber o teu lugar neste Universo Infinito, então aí tocas a Humildade que te conduz para além da 13ª porta: ao encontro do teu CORPO DE LUZ.

11/01/2023

Mónica Guimarães

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