INFLUÊNCIA - A NOVA EPIDEMIA DO SÉCULO

 Diante dos acontecimentos mundiais com os quais temos sido confrontados todos os dias, a não ser que pertençamos ao grupo dos "ai, eu não vejo telejornais!", também conhecido na fauna terrestre como avestruzes, não se consegue evitar uma certa estupefação perante as dimensões desproporcionadas dos eventos. A loucura e o pensamento primitivo e bárbaro parece ter voltado das profundezas mais sombrias da idade das trevas.

Vejo crianças vestidas de militares em manifestações de rua, num país que era do Samba, agora é... não sei bem...

Por outro lado, minorias, com medo, por anteciparem o fim de um protecionismo que só é certo no devido equilíbrio. Tudo fervilha numa espécie de esquizofrenia coletiva que reúne numa amalgama viscosa: intolerância, autoritarismo, polarização, radicalização, separação, miséria humana, puritanismo cínico, ignorância e, acima de tudo, uma chocante indiferença pelo sofrimento alheio: "Se não é connosco, está tudo bem!" Pouco interessam as crianças mortas que continuam a dar à costa no mediterrâneo. Ou aquelas a quem negam o tempo de vida suficiente para sair da maternidade. Bombas caem do céu indiscriminadamente.

Com uma mão, tapo o rosto, de vergonha, com a outra sinto o coração e pergunto o que é feito da nossa humanidade?
Depois há esses senhores balofos, com mais barriga do que cérebro, vomitando ladainhas ensaiadas de ódio, de egoísmo e desamor, nos microfones de um mundo que oscila entre o apático e o estrebucho inconsequente e vazio de resultados.
E nesses aí, que parecem o inimigo, vejo o outro lado... o que há neles que os faz assim: o que lhes faltou, o que lhes sobrou.
O que há em todos nós!
O que nos faltou, e nos falta? O que nos sobrou e nos sobra?
E assim caem os muros da revolta. Quando se compreende que não há inimigos reais!
Fica uma certa serenidade. Não uma Paz, pois essa implica uma união fraterna e universal que ainda não existe.
Esta serenidade permite ver com mais clareza e amplitude e dá lugar à oração.
A oração é quando elevas teu pensamento mais alto, e fazes perguntas para encontrar respostas que te escapam no meio tumulto.
Neste processo há uma questão que se eleva acima de todas as outras: O que fazer? Como muda este mundo?
A resposta: Consciência a consciência.
Tendo uma Consciência individual madura, livre e amorosa.
Na verdade, quanto mais consciência tens, menos influenciável és.
Quanto menos consciência, mais radical e polarizado serás, e mais afastado do centro equilibrador.
A globalização, a internet e as redes sociais vieram facilitar o processo de influenciar, provam-no neologismos associados como os "influencers", " opinion makers" E a partir desta ferramenta, tudo é manipulável: opiniões, escolhas, makting, eleições, ideologias, clubes, etc... As pessoas não escolhem, não votam, não decidem, na realidade... são influenciadas para.
E longe de mim estar a dizer que isso é decorrente do surgimento da internet. Não de todo. As novas tecnologias são parte da nossa evolução. Na verdade, sem internet, era a mesma coisa, o problema sempre tem sido o mesmo. A globalização da internet vem trazer mais amplitude e abrangência a um fenómeno que sempre existiu. Podes vê-los como balões insuflados para preencher uma cratera oca e vazia que há dentro de ti, da tua própria consciência!
O oposto disso é ensinar as pessoas a ter a sua própria consciência, o seu próprio censor interno. É ensinar a olhar para dentro de si para encontrar as respostas. É mostrar a responsabilidade que isso acarreta, e o deslumbre de ser "Capitão da sua alma".
Naturalmente, há todo tipo de influências, e num mundo em sociedade é impossível não ser influenciado, mas há uma grande diferença entre sê-lo com consciência e sem consciência. Uma influência aceite com consciência torna-se uma inspiração. Uma influência aceite inconscientemente torna-se uma manipulação. E esta última tem sido a grande vencedora.
És inspirado, quando recorres ao teu mestre Interno, tua Consciência e analisas o produto que te influenciou retirando dele o que há de melhor, escolhendo criteriosamente o que queres absorver.
És influenciado, logo manipulado, quando engoles o que te enfiam goela abaixo, como um ganso de engorda, mais cedo ou mais tarde, o teu fígado gordo e doente vai ser comido, e comido, e comido outra vez... todos os dias que restam da tua vida.



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